sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013






































Negra pela, sagrado coração

Sensível ao toque que toca.
Doce carícia na minha pela
que cobre meu corpo vivo, intenso.
Carne e osso.

Deleita-se com a água.
Sem cor, odor, gosto ou sabor,
Só o sentir perene da dor.
Do amor, do tesão, do frescor, do calor.

Pele escura, pele negra
que me enseja a acreditar
na juventude insistente
do meu querer e pulsar.
Sonhar com cores.
Vivenciar paixões indolores.
Só plenas.

O amor não é étnico nem ético.
É supremo.
Total.
Redundante.
Amoral.
Exato.
Matemático.
Lógico.
Irracional.

Buscando um coração desprevenido.
Preparado.
Pronto.
Magoado.
Dissecado.
Intocado.
Pecador e sagrado.

Coração aberto, emocionado.
Ternamente vermelho.
Batendo desesperado.
Marcando passo a passo
o momento num átimo da entrega total
à morte fatal.

Vislumbre o meu querer insaciado de voar,
desprender, alcançar 
eternamente ter
o gozo inconfundível do prazer.